Acabou. Uma década se passou após o lançamento do primeiro filme e testemunhamos
a evolução de uma ótima saga cinematográfica e o crescimento de seus jovens atores não só fisicamente, mas como artistas. E finalmente chegamos ao capítulo final, que com certeza vai emocionar até os menos fanáticos.
Diferente do seu antecessor, esse filme é mais calcado na ação física do que na ação
psicológica devastadora da Parte 1.
O filme começa exatamente onde seu antecessor nos deixou: Harry e seus amigos têm que achar as outras Horcruxes (objetos que contêm pedaços da alma de Voldemort) e destruí-las, por isso voltam à Hogwarts, que agora tem o sempre misterioso Snape como Diretor. E isso é o máximo que falarei da história, pra não estragar as surpesas e “twists” que o filme reserva.
David Yates acerta mais uma vez na direção, ao retratar o cansaço e angústia dos
personagens principais nesse universo agora sombrio. Até os momentos que contêm certas pitadas de humor são passageiros e logo substituídos por uma nova ameaça.
Já a fotografia de Eduardo Serra mais uma vez traz o cinza predominante do seu antecessor, tendo somente cor vívidas em cenas de Flashback.
A produção e os efeitos visuais mais uma vez não decepcionam. Aliás esse sempre foi um dos grandes méritos de toda a série: Apesar de ter vários filmes dirigidos por pessoas diferentes, os filmes parecem ter uma unidade só quando se trata em produção, efeitos e direção de arte.
As atuações também são ótimas, principalmente a de Alan Rickman (Snape) que sempre
rouba a cena quando entra em quadro, graças à ambiguidade do personagem concebido pela Rowling.
Mas apesar de todas essas qualidades, o filme tem sim algumas falhas, que o impedem de torná-lo o melhor da série. Há certas passagens do roteiro (não irei descrever) que deveriam trazer um maior impacto/abalo emocional, mas elas são explorados de forma bem superficial, o que é um grande pecado por se tratar do capítulo final da série e também por serem eventos de grande importância para alguns personagens.
Mas isso não é o suficiente para estragar a narrativa e desprender o espectador do filme.
A cena final é excelente dando um tom de continuidade não apenas para os personagens, mas para os espectadores que podem “compartilhar a magia” com seus filhos, netos e bisnetos no futuro, mas que acaba sendo triste por sabermos que depois de uma década, estamos dando um adeus à Hogwarts e aos personagens que cresceram com a gente.