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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Nós vimos: meia-noite em Paris

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Depois de Nova York em Manhattan (1979), Londres em Scoop (2006) e Barcelona em Vicky, Cristina Barcelona (2008), Woody Allen dá continuidade à sua série de filmes em que cidades são quase personagens.

Em Meia-Noite em Paris o cineasta coloca seu alter-ego da vez nas mãos de Owen Wilson, que faz papel de Gil Pender, um roteirista de filmes-clichê que está escrevendo seu primeiro romance durante uma viagem que faz com sua noiva Inez (Rachel McAdams, com pouco destaque no filme, mas uma boa atuação) à Paris.

Gil Pender é inseguro com sua vida amorosa e profissional, enquanto disputa atenção de sua futura esposa com o chato pra cacete pedante Paul, que é especialista em tudo e ex-paixão de faculdade dela. Sem contar os sogros, que fazem muito bem o papel de criticar o estilo de vida do genro.

Depois de uma noite de bebedeira, Gil se perde pela cidade e pega carona em um carro antigo, que literalmente o leva a uma viagem aos anos 20, considerada por Pender a época de ouro de Paris, especialmente na chuva. É aí que a mágica do filme começa. O personagem principal encontra com todos seus ídolos, vai à festa com eles, e temos uma surpresa a cada personagem novo que aparece. Afinal, qual fã de literatura não gostaria de ouvir conselhos de Ernest Hemingway (numa ótima atuação de Corey Stoll), sair com o casal Fitzgerald enquanto Cole Porter toca piano? E ainda por cima, se apaixonar por a amante de Pablo Picasso, interpretada pela nossa querida e linda Marion Cottilard?

O filme conta com uma direção de arte ótima, mas convenhamos que Paris ajuda e Woody não deve ter tido muito esforço para escolher os lugares de tomadas externas, mas o figurino e cenários de cenas internas merecem pelo menos uma menção honrosa. Se não são impecáveis, são pelo menos corretos para a época retratada. O roteiro bem amarrado com ótimas surpresas sobre as figuras da história da arte que aparecem sem aviso pode render a Woody sua 15ª indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original.

Os escritores, pintores e compositores da década de 20 são carismáticos e carregam bem o filme que ainda conta com a participações da discreta Carla Bruni e do nada discreto e hilário Adrien Brody como Salvador Dalí.

Woody Allen raramente erra, de seus “erros” saem filmes medianos, e quando acerta temos filmes memoráveis, como Annie Hall (me recuso a chamar este filme pelo nome em português), Manhattan e este Meia-Noite em Paris, que é encantador e charmoso assim como a cidade em que o filme acontece.

Por Pedro Chaves.

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1 comentários:

Catharina Giannini disse...

Woody Allen nunca me decepciona... To amando essa serie de filmes sobre cidades. E a trilha sonora? Linda demais.

 
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