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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Assistimos primeiro: A Origem


Edith Piaf-non Je Ne Regrette Rien

Dá o play antes de ler, faz favor

1Sheet_Master.qxdSempre fui fã do Christopher Nolan (escrevi um artigo sobre ele lá no Cinema em Cena, pra quem quiser ler). Acho que o cara tem uma visão muito única e um trabalho muito particular, tanto no que diz respeito à linguagem que usa nos filmes quanto à estética e, principalmente, no roteiro dos filmes que realiza.

Os filmes do Nolan são muito todos no íntimo, nas angústias e nos segredos da mente humana. Mas em A Origem ele se supera, já que o filme se passa justamente dentro da mente dos personagens.

A Origem conta a história de Dom Cobb (Leonardo diCaprio), um especialista em invadir a mente das pessoas e roubar segredos delas durante os sonhos. Procurado em metade do mundo e com a ficha mais suja que cu de porco, o cara aceita um último trabalho em troca de uma oportunidade de viver uma vida calma ao lado da família que teve que abandonar para fugir do mundo.

Esse trabalho, ao contrário do habitual, consiste em "inserir" uma ideia na mente de uma vítima. Daí o cara monta uma equipe fuderosa pra poder invadir a cabeça do herdeiro de uma grande empresa para fazer com que ele aceite um acordo que vai contra os princípios da sua família.

Uma ideia é como um vírus. Quando ela surge na sua mente (e vem de você mesmo), seu organismo assimila aquilo como algo natural. Quando os "invasores de mente" entram na mente de alguém pra poder inserir uma nova linha de pensamento, o cérebro envia exterminadores, já que é algo estranho ao corpo. Semelhante ao processo com um vírus comum e os glóbulos sanguíneos.

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E aí o pau começa, porque enquanto roubar uma ideia é relativamente simples, inserir outra é consideravelmente difícil e envolve o conceito do "sonho dentro do sonho". Assim: para "fugir" da linha de defesa de um sonho, cria-se um novo sonho dentro do primeiro para ganhar tempo e espaço para agir e procurar o melhor lugar para inserir o pensamento.

O problema é que, quanto mais profundo é o sono, mais complicado é sair de lá de dentro, e daí meu amigo, cê tem que sobreviver em todos os níveis de subconsciência até voltar ao mais superficial. E aí bingo, sua ideia está implantada.

Mas né? A mente humana não é tão simples assim.

Christopher Nolan não deixa espaços para meios-termos. Sua obra é feita para ser amada ou odiada. Não necessariamente para ser entendida logo no primeiro contato, mas definitivamente para ser discutida durante um bom tempo após a primeira impressão.

Assim, A Origem entra para a lista de filmes que levam tempo para serem digeridos e que ainda vão render algumas horas de conversa. Ao som de Edith Piaf, por favor.

A Origem estreia nessa sexta (06/08) em todo o Brasil. Conselho de amigo: não perca por nada.

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